sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Pesquisa sobre a relação da genética com a depressão e o comportamento suicida

Olá!
A entrevista de hoje é sobre uma pesquisa genética realizada na Unisc. A professora do Departamento de Biologia dessa universidade Andréia Köche é quem explica o trabalho desenvolvido para entender qual a relação da genética com a depressão e o comportamento suicida.

O programa traz também uma dica de saúde sobre depressão, o poema Intertexto de Bertold Brecht e ainda várias música escolhidas especialmente para você! Isso e muito mais no programa de hoje!

O Papo Cabeça está no ar!


Bloco 1:


Bloco 2:


Bloco 3:



Dica de filme: "Sem Saída"

A dica de filme é Sem Saída com Taylor Lautner. O que você faria se encontrasse sua própria foto em um site de pessoas desaparecidas? No filme Sem Saída, ou Abduction, título original, o adolescente Nathan Harper , interpretado por Taylor Lautner, é confrontado por esse dilema.

À procura de sua identidade verdadeira, Nathan rapidamente descobre que seus pais estão muito longe de ser o que dizem que são. Quando a polícia, agentes do governo e figuras obscuras começam a persegui-lo, a busca de Nathan pela verdade transforma o filme num estilo da trilogia Bourne.

Sem Saída é um filme de ação e suspense e estreou em setembro no país.


Dica de saúde: depressão

A depressão é uma doença física como outra qualquer, só que desorganiza as reações emocionais. A depressão é muito complexa e difícil de ser diagnosticada, pois um dos seus principais sintomas pode ser confundido com tristeza, apatia, preguiça, irresponsabilidade e em casos crônicos como fraqueza ou falha de caráter. É muito comum ouvir as pessoas dizerem que estão “deprês”, quando apenas estão chateadas, estressadas ou porque se desentenderam com alguém.

Independente do estado de espírito, até o ser mais iluminado perderia a paciência ou se chatearia numa briga de trânsito, falta de grana, doença na família, perda de um ente querido, desemprego, crise conjugal e etc... Isto é comum na vida das pessoas, oscilamos o nosso humor diariamente. Só que depois de um curto período de tempo voltamos ao normal, sem grandes dramas, correndo para recuperar o prejuízo.

Já a pessoa deprimida ou com predisposição, às vezes, com uma chateação corriqueira, pode ser nocauteada e cair num abismo sem fim ou então, ser mais resistente, mas numa crise brava também vai pro abismo. Por que é assim mesmo que se sente um deprimido. Uma pessoa sem perspectiva de vida, sem amor próprio, pessimista, desanimada que não vê graça em nada a não ser no seu isolamento e luto em vida.

Na realidade este desânimo perante a vida não é falta de atitude e sim um mau funcionamento cerebral. Porque embora muitas pessoas achem que depressão é frescura, ela é uma doença, um desequilíbrio bioquímico dos neurotransmissores (mensageiros químicos do impulso nervoso) responsáveis pelo controle do estado de humor.

A dopamina e serotonina são neurotransmissores que estão muito associados ao estado afetivo das pessoas. A serotonina está ligada a sentimentos de bem estar ou mal estar. Ela regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo cardíaco, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas. A dopamina está associada à sensação de euforia, entusiasmo e prazer. Esta regula o controle do movimento, da percepção e da motivação. Na depressão a dopamina, serotonia e outras substâncias químicas como a noradrenalina, ácido gama-aminobutírico e aceticolina ficam alterados, desorganizando o estado de humor, as emoções, capacidade mental e o bem estar geral do organismo.

SINTOMAS DA DEPRESSÃO: Após um período de tristeza, a pessoa esmorece e fica “isolada do mundo”. Não sente vontade de reagir, não acha graça em nada, se sente angustiada, sem energia, chora à toa, tem dificuldade para começar uma tarefa, dificuldade em terminar o que começou, persistência de pensamentos negativos e um mal-estar generalizado: dores pelo corpo, insônia ou sonolência, alterações no apetite, falta de memória, de concentração, fraqueza, taquicardia, dores de cabeça, suores ou outros sintomas físicos que joga a pessoa pra baixo.

CAUSAS DA DEPRESSÃO: A classe médica acredita que a depressão é um fator genético, pois aparecem em algumas famílias e em gêmeos também. Por isso é importante investigar se há casos de depressão na família do doente, pois as chances genéticas são grandes.

A depressão também pode ocorrer depois de uma situação estressante ou de perda. É comum sentir-se triste, desesperado numa crise financeira, separação ou morte de um ente querido. Também é normal se sentir fragilizado após uma situação estressante como um assalto, estupro ou seqüestro. Esta tristeza e medo tende a passar depois de um período de duas semanas a seis meses, depois disto a vida vai entrando nos eixos. Só que às vezes a pessoa não consegue reagir e esta tristeza se transforma em depressão, principalmente nas pessoas com predisposição à doença.

Existem também algumas doenças físicas que podem causar depressão: esclerose múltipla, derrame, hepatite, hipotireoidismo, apnéia do sono, hipertensão, insuficiência cardíaca, diabetes. Além das doenças terminais como câncer e Aids. Alguns medicamentos e drogas também levam á depressão como: cortisona, anfetaminas, pílulas anticoncepcionais, quimioterapia, álcool, crack, ecstasy, maconha entre outros.

TRATAMENTO: Como qualquer outra doença física, o tratamento da depressão será feito após uma avaliação física e psíquica por um médico psiquiatra. O tratamento inclui o aconselhamento psiquiátrico e os remédios antidepressivos, que regulam a química cerebral. Ás vezes a medicação precisa de ajustes, ou tem um efeito colateral incômodo. Por isso é importante a visita periódica para a avaliação médica e o ajuste ou troca do medicamento. Os antidepressivos demoram de duas a quatro semanas para atuar efetivamente na doença.

Uma vez restaurada a química cerebral a depressão tende a melhorar e fica mais fácil erguer a cabeça e tomar uma atitude perante a vida. Mas é importante ressaltar que apesar da melhora o tratamento ainda vai continuar por um prazo indeterminado, sob a avaliação do psiquiatra. Além da medicação é importante a psicoterapia, a força de vontade do paciente de correr atrás dos seus sonhos (objetivo), o auxílio da família, dos amigos e de um grupo de ajuda. Quanto mais amparado o paciente estiver, melhor será o processo de cura.


Poema: "Intertexto", de Bertold Brecht

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.


Biografia: Bertold Brecht

Eugen Berthold Friedrich Brecht nasceu em Augsburg, dia 10 de fevereiro de 1898 e morreu em Berlim, dia 14 de agosto de 1956, com 58 anos. Foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. No final dos anos 1920 Brecht torna-se marxista.

Os trabalhos artísticos e teóricos de Bertold Brecht influenciaram profundamente o teatro contemporâneo. Brecht tornou-se mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia o Berliner Ensemble realizadas, em Paris, durante os anos 1954 e 1955. O trabalho de Bertold Brecht como artista concentrou-se na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.


Curiosidades: alterações da personalidade

As alterações da personalidade caracterizam-se por padrões de percepção, de reação e de relação que são relativamente fixos, inflexíveis e socialmente desadaptados, incluindo uma variedade de situações. Cada um tem padrões característicos de percepção e de relação com outras pessoas e situações (traços pessoais). Dito de outro modo, toda a pessoa tende a confrontar-se em situações estressantes com um estilo individual, mas repetitivo.
Por exemplo, algumas pessoas tendem a responder sempre a uma situação problemática procurando a ajuda de outros. Outras assumem sempre que podem lidar com os problemas por si próprias. Algumas pessoas minimizam os problemas, outras exageram-nos. Ainda que as pessoas tendam a responder sempre do mesmo modo a uma situação difícil, a maioria é propensa a tentar outro caminho se a primeira resposta for ineficaz. Em contraste, as pessoas com alterações da personalidade são tão rígidas que não podem se adaptar à realidade, o que debilita a sua capacidade operacional.

Os seus padrões desadaptados de pensamento e de comportamento tornam-se evidentes no início da idade adulta, frequentemente antes, e tendem a durar toda a vida. São pessoas propensas a ter problemas nas suas relações sociais e interpessoais e no trabalho. As pessoas com alterações da personalidade não têm, geralmente, consciência de que o seu comportamento ou os seus padrões de pensamento são desadequados; pelo contrário, muitas vezes pensam que os seus padrões são normais e corretos.

Frequentemente, os familiares ou os assistentes sociais enviam-nos para receber ajuda psiquiátrica porque o seu comportamento desadequado causa dificuldades aos outros. Por outro lado, as pessoas com alterações por ansiedade causam problemas a si próprias, mas não aos outros. Quando as pessoas com alterações da personalidade procuram ajuda por si mesmas, por causa de frustrações, tendem a pensar que os seus problemas são provocados por outras pessoas ou por uma situação particularmente difícil.

As alterações da personalidade incluem os seguintes tipos: paranóide, esquizóide, esquizotípico, histriónico, narcisista, anti-social, limite, esquivo, dependente, obsessivo-compulsivo e passivo-agressivo.



Nós da Oficina de Rádio do Caps, que realizamos o Papo Cabeça, agradecemos a sua visita. Deixe seu comentário!
Tchau e até a próxima!

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